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EXAME GINECOLÓGICO EM VACAS

Antes de iniciarmos o exame ginecológico propriamente dito, se possível, devemos consultar o histórico reprodutivo do animal, buscando informações como índices de fertilidade e eventuais condições patológicas, que podem ser úteis e auxiliar no diagnóstico guiando o profissional para uma escolha de um protocolo mais adequado.

Um ponto importante que precede a avaliação ginecológica é a contenção adequada do animal, o que evita acidentes tanto com ele quanto com o profissional, garantindo assim segurança para um exame correto. Com o animal contido adequadamente, inicia-se a inspeção clínica, com observação do escore corporal, condição física e a presença de sangramento ou corrimentos vulvares (comuns em quadros de infecções).

A região vulvar requer uma maior atenção, principalmente na observação de seu aspecto e coloração, que assume uma tonalidade mais pálida quando os níveis de estrógeno são baixos e coloração rosada (comumente acompanhada da presença de muco límpido) quando esse hormônio está mais elevado, o que se explica pois nessa condição, o aporte sanguíneo na região é mais intenso. Algumas condições patológicas causam alterações na genitália externa, que devem ser analisadas em conjunto com histórico reprodutivo de baixa fertilidade. Além disso, presença de odores desagradáveis e alterações de comportamento devem ser levados em consideração nessa etapa.

Em seguida, prossegue-se com a palpação retal, que deve ser conduzida por um médico veterinário capacitado, sendo nessa etapa que se faz com maior precisão a detecção de alterações do trato genital, como patologias, presença de gestação e identificação da fase do ciclo, por exemplo. Inicialmente, a realização do procedimento consiste em introduzir gentilmente a mão, com a luva devidamente lubrificada, no reto do animal, respeitando as ondas peristálticas, fazendo a retirada das fezes do animal para uma melhor sensibilidade do aparelho reprodutivo.

Na palpação retal observaremos algumas estruturas:

  • Cérvix: analisaremos o tamanho, a forma, a posição e a consistência. Adiantem se traciona caudalmente essa estrutura a fim de trazer o útero mais próximo do examinador. Além disso, essa manobra fornece algumas informações importantes, pois, de acordo com o peso e resistência, casos como gestação positiva podem ser levados em consideração.

  • Ligamento dos cornos uterinos: avaliando a simetria dessas estruturas.

  • Cornos uteriinos: analisaremos tonicidade, mobilidade e tamanho. Ambos os cornos, no animal não gestante, devem caber na mão do examinador.

  • Ovários: identificamos algumas estruturas, como corpo lúteo, folículos e cistos foliculares. O corpo lúteo (aproximadamente 3,0 cm de diâmetro) apresenta consistência firme e geralmente borda bem delimitada e proeminente na superfície do ovário, no entanto, pode acontecer do corpo lúteo estar incluso no parênquima ovariano, o que impossibilita o examinador identificar a borda bem definida. Já o folículo (1,0 – 2,5 cm de diâmetro) apresenta consistência flutuante. Nas situações de anestro o ovário não irá expressar essas estruturas, estando reduzido em tamanho, de consistência mais firme e superfície lisa. normalmente estão localizados na porção cranial da pelve e se deslocando lateralmente ao cérvix. No entanto, podem estar deslocadas ventralmente em casos de gestação ou eventuais patologias que tem associação com o aumento do volume uterino. Os ovários normalmente estão localizados na porção cranial da pelve e se deslocando lateralmente ao cérvix. No entanto, podem estar deslocadas ventralmente em casos de gestação ou eventuais patologias que tem associação com o aumento do volume uterino.



Leonardo Eifler


Referências


BARBOSA, Rogério Taveira. Panorama da inseminação artificial em bovinos [Recurso eletrônico] / Rogério Taveira Barbosa e Rui Machado. - Dados eletrônicos. — São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2008.


ALVAREZ, Rafael Herrera. Considerações sobre o uso da inseminação artificial em bovinos. Artigo eletrônico disponível em http://www. infobibos. com, publicado em, v. 21, 2008


BARUSELLI, Pietro Sampaio et al. Evolução e perspectivas da inseminação artificial em bovinos. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 43, n. 2, p. 308-314, 2019.


HAFEZ, B.; HAFEZ, E. S. E. Reprodução animal: Sétima edição [coordenador de tradução da 7. ed. original Renato Campanarut Barnabe]. – Barueri, SP: Manole, 2004 il.;


PEGORARO, Lígia Margareth Cantarelli; SAALFELD, Mara Helena; PRADIEÉ, Jorgea.. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2016 48 p. (Documentos / Embrapa Clima Temperado, ISSN 1516-8840; 412)

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